Estive a fazer uma lista de todos os filmes que vi nos últimos dois meses. Sabia que o tema “Relacionamento” seria transversal. Alguns em estreia, outros revisitados, alguns repetidos até à exaustão, estes filmes têm um denominador comum: nenhum tem como desfecho “e viveram felizes para sempre”. E ainda bem que assim é.
Não pretendo fazer spoilers mas se alguém estiver interessado em ver algum destes filmes, tenha em consideração que:
- há amores que não acabam e são verdadeiramente para a vida, contudo isso não significa que exista uma relação perfeita, vitalícia ou um relacionamento de todo;
- por muito que não se queira magoar, há sempre alguém que vai sofrer. Às vezes, sofre mais quem corta;
- os protagonistas vão aprender, a seu tempo, ao seu jeito, que o que dói hoje irá doer menos amanhã;
- moral da história, tudo acaba bem, contudo nem sempre da forma como se gostaria.
Alerta: eu não sou nem pretendo ser uma crítica ou expert em cinema. Muito menos em relacionamentos humanos.
Annie Hall
Manhattan
Eu adoro os filmes do Woody Allen. Estes dois têm a dupla Woody – Diane Keaton, um regalo para os olhos, e com mais de 30 anos, continuam super actuais. A eterna insatisfação do ser humano é muito bem retratada por um Woody ansioso e paranóico. Impossível não lembrar a letra do Estou Além, do António Variações. “Porque até aqui eu só estou bem aonde não estou”.
La vie d’Adèle
Maravilhoso. É um filme intenso, explícito, pungente sobre a descoberta do Eu, da sexualidade, do amor e da vida adulta. Sei que são muitos adjectivos num parágrafo mas, acreditem, todos eles merecem estar ali.
Take this Waltz
A ideia de ver o Seth Rogen num flme indie, registo não comédia, com a Michelle Williams, pareceu-me pouco sensata. No entanto, arrisquei e estou feliz por tê-lo feito. Este filme aborda o tema “triângulo amoroso” de uma forma muito digna, numa perspectiva muito diferente daquelas que Hollywood adora perpetuar.
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
E se fosse possível remover alguém da nossa memória? Que danos teria um procedimento dessa natureza? Voltaríamos aos mesmos lugares? Voltaríamos à mesma pessoa? Na época, Jim Carey aparecia num registo totalmente diferente daqueles a que nos habituava e fê-lo de forma bastante credível. Já a Kate Winslet mostrava que era muito mais do que a Rose do Titanic. E tão bem que o mostrou.
500 Days with Summer
A imagem no início do post é extraída deste filme, o qual já vi um número considerável de vezes. Excelente banda sonora, excelente escolha de actores. Diálogos inteligentes e uma narrativa original e refrescante.
Comet
Por falar em originalidade, este filme marca pontos nesse campo. Se estão à espera de uma narrativa linear, cronológica, então esta história não é para vocês. Praticamente só duas pessoas entram neste filme e diferentes fases da relação são reveladas numa abordagem fora da caixa.
Lost in Translation
Gosto muito deste filme. Gosto da ironia que o caracteriza. Procurar e ser encontrado. Encontrar significado numa terra estranha. Estar só, acompanhado. Viver América no Japão. Sentido na confusão.
I'll See You in My Dreams
Enough Said
Não sendo do mesmo realizador, agrupo-os pois partilham um enquadramento e uma mensagem muito semelhantes. Nunca é tarde para recomeçar e, apesar da maturidade e da bagagem serem maiores, no final do dia, continuamos a ser principiantes. E não há mal nenhum nisso.
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