- Telefonemas anónimos cujo tema até é do maior interesse de quem gostaria de devolver a chamada...mas não pode: tão inteligentes como a condução nocturna sem luzes
- Likes em posts de autoria própria no Facebook: redundância/efeito matrioska/mise en âbime/narcisimo? Ou pura patetice?
- Like nos comentários de autoria própria aos posts de autoria própria no Facebook (confere, que já os vi): nem comento
- Mudar de direcção sem accionar o pisca: eficaz como usar óculos de sol à noite
- Designar uma banda de Chumbawamba: pois, não admira que só se tenha conhecido uma música deles
"Tu és o sol mamã. E eu as estrelas", dizia uma miúda de uns 3, 4 anos. Hesitante, volta atrás e lança este magnífico "não mamã, tu és o céu". Não é de ficar babada? Ok. Foi dito ao pé de uma loja de brinquedos mas eu vou acreditar na ingenuidade deste maravilhoso statement.
E pensar que o pobrezinho passou por aquele mau bocado na Cela 211.
Quem me conhece, sabe como a coisa funciona. Colar autocolantes ou redigir uma carta ao Papa são tarefas que merecem a minha igual consideração, rigor e perfeccionismo. Se tiver que lavar pratos, vender óculos graduados a cegos, atender telefones ou passear o meu corpinho, farei cada coisa com a mesma determinação e profissionalismo. Mas quem não me conhece, vê apenas mais uma cara ("como é o nome mesmo?") e uma folha de papel com o resumo da experiência profissional. Vê um apelido diferente e saem-se logo com a brilhante tirada "é de Aljustrel?!". Não foférrimas. Esse é o meu último nome. Se morasse em Aljustrel, estaria dedicada à agricultura biológica ou a qualquer outra porra biológica e, certamente, não estaria a perder tempo convosco. Pois bem. Se estamos em contexto call center, eu não tenho experiência e não sou considerada. Mesmo depois de explicar que grande parte do que tenho feito nestes últimos anos passa, precisamente, por muito contacto e abordagens diversas em...tcharan...telefone, a coisa não cola. Se estamos numa loja, é porque só trabalhei uns meses ao balcão e há muitos anos. E porque estou habituada a estar "sentadinha durante 8 horas". Pois fiquem sabendo que estava sentadinha muitas mais e que até preferia estar de pé ou a correr que nem uma louca atrás das madames, perguntando insistentemente se necessitam de algo. Ok. Minha gente empregadora, isto é muito simples. Eu preciso de ganhar algum. Quero trabalhar no que for. Tenho cérebro, dois braços, duas mãos e duas pernas bastante fofas para aguentar com o que for. Exijo uma oportunidade. E isso é pedir pouco. Tão pouco como a remuneração oferecida com ar de quem está a dar as melhores condições do mundo. Entre o pouco e o nada, eu escolho pouco. E, please, Aljustrel é escrito com a porra de um "j".
Não sei se foi pelo momento que estou a viver. Se pela abordagem ao "outro lado da barricada" (comunicação social). Nem sei se não terá sido pelos olhos azuis do rapaz bem paginado. Mas, a verdade, é que este "Manhãs Gloriosas" surpreendeu-me e valeu cada euro do bilhete.
...para descobrir um grande álbum/banda. É de 2008 e, nestas bandas, toca em loop.
Se para ser contratada, algures, tiver que vestir o modelito de médica ou enfermeira marota e dizer isto (lágrima no olho incluída)...então...I'm scrubing in!
[Yep. Rejection sucks]
[Their loss]
Flip Grater. Neo-zelandesa. Gira. Vintage. Voz e presença que enchem uma sala. Divertida. Apreciadora de whisky. Aposto que bem mais cheirosa que certas doninhas que a ouviram e gostaram muito. No MUV, Cais do Sodré (os DJ's da casa passam um belo som também...cabeludos mas com ar limpinho).
Sabem aquelas ocasiões, em dias de calor, em que sentimos um odor constante, muito próximo e recorrente (assim de forma bem incómoda)? Aquelas vezes em que duvidamos da nossa sanidade e, discretamente, cheiramos a nossa roupa para perceber se a origem será, precisamente, a nossa vida semi-interior? Aqueles momentos em que, já desesperados, percebemos que "ah, que disparate! não é meu, é do tipo que está ao meu lado", renascemos e ficamos felizes com a nossa derme e, sobretudo, com a escolha sensata de desodorizante? Pois, hoje não foi isso que aconteceu. Uma combinação fatal de 100% polyester made in china, em forma de túnica de 40 euros do El Corte Inglés (colecção Primavera-Verão 2010), com um novo desodorizante (Nivea jamais) fizeram com que me sentisse uma doninha. Sim, uma doninha fedorenta e miserável. Ir a casa? Nahh. Afinal, tinha entrevistas (bom cartão de visita) e um part-time pela frente. Como se não bastasse, seguiu-se ainda o convite irrecusável para um belo concerto grátis e cheio de gente gira. E a doninha ali no seu melhor, alto estilo. Felizmente, tinha um casaco para a noite. Ui, que estava bem fria. E no bar? Uma temperatura glaciar. Impressionante.
Castelo de São Jorge. Sete dolorosos euros para quem não mora em Lisboa. Grátis para residentes. Alguma mais-valia teria que ter a especulação imobiliária reinante nesta cidade.
Bem a propósito. Para quem precisa de refresco nestas tardes quentes. Para quem merece um agrado depois de horas ao telefone. Para quem não precisa de pretextos. A gerência agradece à proprietária da Fragoleto ter, em tempos, saído da sua zona de conforto - área do mkt. e pub. - para abraçar a aventura de criar aqueles que, para mim, são os melhores gelados de Lisboa. A prata da casa está na Rua, imagine-se, (trocadilhos tão inspirados que nem tenho palavras) da Prata. É só procurar o gelado de tamanho generoso à porta! São delícias senhores. Delícias.
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