24.5.11

Miguel e o trevo de quatro folhas.

Lá ia eu no metro. Uma viagem normal. Um dia normal. Uma rapariga dos seus 18, 19 anos, viajava sentadita, meio escondida atrás de uma franja de meter respeito e de uns grandes óculos com armação de massa castanha. Parecidos aos da minha amiga J. Por isso, a miúda prendeu-me o olhar. Isso e a dúvida resistente na minha mente: "como consegue alguém viver com aquela farfalhuda trunfa por cima da testa, dos olhos e dos óculos?". Uma pessoa tem que arranjar estes pensamentos para a viagem ser mai curta, não é verdade? Eis que a pequena, com sua grande juba, sai na mesma paragem que eu. E com a saída, a impossibilidade de não reparar no pé da donzela, calçada de Havaianas. Qual semáforo verde, o peito do pé ostentava um enorme trevo de quatro folhas e um nome: "Miguel". Pois bem, a não ser que a "franjas" tenha tido uma criança, sexo masculino, de nome Miguel - e mesmo assim, isso não muda muito a minha opinião sobre nomes tatuados e, para quem não percebeu ainda, é algo que me faz muita confusão - aquela rapariga foi-me tatuar a sorte grande de encontrar esse miúdo, o Miguel, e escarrapachou-a ali mesmo, em grande escala, no pé! Filhinha, é bom que esse Miguel seja mesmo o seis do teu totoloto, as duas estrelas do teu euromilhões, a agulha (que carregou muito no verde, diga-se) do teu palheiro. Caso contrário, desejo-te boa sorte para disfarçar essa obra de arte. Porque, querida, lamento dizer-te mas nos pés, que saiba, ainda não crescem franjas.

publicado por ARA às 00:49
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19.5.11

Cara lavada

Este post serve exclusivamente para agradecer ao Pedro Neves, o Querido de "Mudei o meu Blog" ou o líder da trupe do "Pimp my Blog". Ao senhor da equipa SAPO, um enorme obrigada. Like it a LOT :D

 

p.s.1. qualquer semelhança entre a miúda das fotos e a autora é pura realidade.

 

p.s.2. a foto do crepe gelado não é de banco de imagens e o sítio que faz esta maravilha será, a seu tempo, alvo de post. 

 

publicado por ARA às 19:37
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16.5.11

Nem merecia publicação, quanto mais título.

Uma folha em branco.

 

(...)

 

Inúmeros caracteres para utilizar.

 

(...)

 

Tempo livre em doses generosas.

 

(...)

 

E eu aqui sem qualquer inspiração para escrever o que quer que seja. Apanhada pela preguicite aguda. Traída pela criatividade. Violada pelo marasmo. Aqui estou eu. Sentadinha à espera de um parto textual. Nem a ferros lá vai. E aparece mais um balão de diálogo do Windows (sim, porque eu praguejo quando o vejo e temos toda uma conversa censurada a menores de 18 anos). “Memória virtual demasiado baixa”. Tens razão. Hoje não vou discutir. Vamos lá terminar este post ridículo e fechar uma aplicação para respirares. Mas só hoje. Que a minha imaginação virtual nem chegou a picar o ponto. Final.

 

 

 

publicado por ARA às 22:14
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10.5.11

Um achado na Anchieta

Na Rua Anchieta, existe um sítio maravilhoso para quem tenta calcular esta difícil equação num dia de semana:
 
Chiado + almoço saudável + preço acessível + local calmo, tranquilo, zen (repito, local calmo, tranquilo, zen; sim, no Chiado)
 
A resposta chama-se Instituto Macrobiótico de Portugal (IMP). Num tímido 1º andar entre a Vida Portuguesa e o abarrotadíssimo Kaffehaus, existe esta pérola, esta agulha no palheiro que o traçado pombalino consegue ser. Além das conferências, cursos, aulas, consultas em áreas como o Chi-kung, Yoga, Pilates, Feng-Shui, Shiatsu e outras 1.500 coisas com as quais não estou nada familiarizada, este IMP permite almoçar fantástica comida macrobiótica por nove euros.
 
Tal como na escola, compra-se uma senha, na recepção/loja, que dá direito a sopa, prato, sobremesa e chá. Claro que há buffets, como o Jardim dos Sentidos, por exemplo, que permitem almoçar pelo mesmo preço, repetir a dose e comer até cair. Mas, muitas vezes, come-se efectivamente mais do que a conta. Afinal, está ali à mão toda uma mesa cheia de iguarias e "epá, se é vegetariano, é saudável" (yeah, right...beringelas com queijo gratinado, lasanha de legumes com béchamel, "bolinhas que se chamam sei lá como" fritas, uns snacks género Doritos, and so on).
 
Aqui o prato já vem "montado", é verdade (pode fazer alguma espécie esta ausência de menu e "toma lá a tua ração que daqui não levas mais nada"), mas com o suficiente para se comer bem e sair plenamente satisfeito, sem aquela sensação de "ai que preciso de uns sais ou de uma Água das Pedras".  E, o melhor, é que podemos almoçar em paz num ambiente familiar (somos nós que vamos buscar a comida à cozinha), povoado de pessoas simpáticas e amáveis (e parecem-no ser de forma tão genuína que até faz impressão).
 
Ingénua como sou, pensei que frequentar aquele local até conseguia atribuir generosidade aos demais, assim como que por osmose. O tipo giro e solitário, da mesa do fundo, trouxe-me a sobremesa e eu agradeci de forma deveras entusiasta aquele gesto inesperado ("oh, tão amoroso...ofereceu-se para trazer o que me faltava depois de levar o seu prato à cozinha...). Horas depois, folheava a brochura do IMP, com o programa Primavera-Verão, e lá estava ele, o bonitão que me trouxe um folhado muito suave de maçã e canela: consultor de Feng-Shui no Instituto. Colaborador da casa, portanto. Mas é a crise: há que ser polivalente. Compreensível.
 
Recomendo vivamente a apreciadores de comida macrobiótica e, sobretudo, aos amantes da tranquilidade na pausa do almoço (e do Feng-Shui, que me pareceu ser uma disciplina com um potencial de mais de 1,80m a explorar).
 
A repetir.
 
www.e-macrobiotica.com
 
publicado por ARA às 00:17
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6.5.11

Quando o telefone toca

"Será que o momento é oportuno e pode ceder alguns minutos na realização desta pequena entrevista?"

 

Não menina, a hora não é muito oportuna. Ia agora para o banho [riso]

 

"Ah, eu peço desculpa. Posso ligar mais tarde, ainda hoje, se preferir..."

 

Sim, sim. É melhor menina. É que estou nua.

 

 

Ia jurar que falava com a Anabela de Malhadas. Seja como for, fez-me rir.

 

Obrigada senhora nua do número 252 vira o disco e troca o passo.

 

 

 

publicado por ARA às 00:26
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4.5.11

Não é para quem pode. É para quem quer.

Advertência: quem estiver farto de ler posts, notícias, desabafos sobre as dificuldades em encontrar emprego, queixas e lamúrias do estado actual das coisas...feche esta janela, por favor, utilizando a cruz no canto superior direito. Quem até simpatizar com os temas, então leia e solidarize-se, ou não, com a minha profunda indignação com alguns exemplares dessa raça chamada "homem português com a mania que é campeão de corrida".
 
No meu part-time, há um tipo insuportável que está sempre a fazer perguntinhas chatas - só para mostrar (falso) interesse nos procedimentos - e a aproveitar os poucos momentos em que a coordenadora abandona a sala para se queixar das condições, do salário, da abordagem, do horário, da água e até da merda do café. A juntar a isto, tem todo aquele discurso da galinha da vizinha ser melhor que a minha. Passo a explicar. Parece que Sua Excelência tem outro part-time, diurno, num sítio com condições maravilhosas, remuneração atractiva, funções motivantes, água Evian e Nespresso a dar com pau (ok, a água e café são apenas para dramatizar isto). Como se não bastasse, fisicamente faz-me lembrar um tipo que podia ser muito bem o motivo da minha participação voluntária em ensaios experimentais de indução de amnésia selectiva (se algum médico/investigador ler isto e quiser ajudar...está à vontadinha).
 
Pois bem. Se o part-time é uma grandessíssima merda...então...porque está ali? (precisa do dinheiro, Andreia, precisa do dinheiro) Eu penso em todas estas coisas quando o oiço, faço um esforço para ignorar o que diz. Mais um esforço. Mas não consigo. Porque depois, no final do dia, lá vai ele - sempre o último a dirigir-se à mesa para entregar as folhas com o trabalho feito - todo armado em carapau fresco com as perguntas estúpidas que tão sabiamente sabe fazer. E engraxa a senhora. Demonstra, again, o tal (falso) interesse no trabalho que está a fazer, demonstra a revolta sentida quando as pessoas, do outro lado da linha, não colaboram e - 'tadinho - lhe desligam o telefone na cara.
 
E como se a fotografia não fosse para lá de péssima, hoje então os meus olhos reviraram-se. Uma e outra vez. Foi a machadada final. Lá tivemos que partilhar o elevador para a subida. "Olá, então tudo bem?" (estaria bem melhor se não estivesse a dois palmos da tua cara palerma). "Mais um dia desta merda, não é? Eu hoje vou falar com a coordenadora e pedir para amanhã sair uma hora mais cedo pah. É meio da semana, 'tou bué da cansado. Ando sempre a chegar a casa às onze e tal. Tenho outro part-time de manhã, sabias?" (ok, já te calavas, não?) "E ainda tenho que andar a fazer tempo entre um e outro. Hoje tive uma entrevista de trabalho, uma merda de tanto tempo que demorou!" (merda é o que tu não páras de dizer, amiguinho).
 
E são pessoas como estas que andam a tirar o lugar a quem realmente quer trabalhar. Claro que não podemos generalizar. Eu sei. Mas ouvir isto roça o insuportável. São estas posturas que me matam. Estamos a falar de um part-time de duas semanas. Não estamos a falar de um emprego com 1300 anos de background e motivos de queixa do colaborador. Estamos a falar de alguém que, precisando de dinheiro, aceitou a oferta de uma empresa de trabalho temporário (que é como quem diz, trabalho que não dura para a vida; situação passageira, bem delimitada no tempo e que serve os propósitos de quem precisa e de quem se lança, literalmente, a qualquer água com tubarões para, ainda assim, salvar o coiro) que informa por 1. telefone e 2. email, dias antes de iniciar o trabalho, quais as funções a desempenhar, o valor/hora de remuneração e uma estimativa do rendimento total a aferir no final da missão.
 
E não é que ele, mal entrou, foi mesmo pedir para amanhã sair uma hora mais cedo, alegando cansaço de meio da semana?!?
 
"Ah, e eu sou licenciado", diz ele muitas vezes quando se queixa ao colega do lado.
 
Pois é querido, também eu. E tenho que te aturar mais três dias.
 
 
 
 
 
 
publicado por ARA às 00:38
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