Quando era miúda e ouvia falar em freelancer, achava que era algum tipo de posição de jogador de basebol ou coisa que o valha. Os anos passaram, Andreia cresceu, o seu léxico também e, por oposição, a sapiência desportiva ficou lá no mesmo sítio, atirada para um piso -3 do seu complexo cérebro. Bom, adiante.
Então Andreia, já sei que foste tia. Parabéns! Qualquer dia és tu a ser mãe...
Não me parece.
Oh, mas também já deves estar quase a casar, não?
Também não.
Mulher de 26 anos lamenta destruir as expectativas da vizinhança que a viu crescer. Pois que temos peninha.
Always leaving, never arriving... giant steps or like a small scared cat... growing up, being a child... getting lost and being found... finding a path that leads to nowhere... wondering where i came from... feeling of freedom, wind and sea... can only find me when i get lost... always leaving, never arriving... [www.lostmichi.com]*
Lost Michi podia ser apenas mais uma banda que uns dirão ser indie, outros low-fi ou acústica, outros ainda afirmarão ser, definitivamente, experimental. Eu cá, comum mortal, estou um bocado nas tintas para saber o nome do rótulo que os críticos e pseudo-críticos desta vida atribuem à música que me atropela sem pedir licença. À música que, vai-se lá saber porquê, me invade as entranhas e, de algum modo, altera-me o caminho e a velocidade da circulação, acelerando a pulsação cardíaca. Eu gosto da música que me desrespeita. Aquela que me incomoda. E, essa, não precisa de labels, obrigada.
Quem olha para a Natália, na sua figura delicada e rosto doce, poderá pensar: "ah, tão fofinha...deve cantar uns la la las e arranhar uns acordezitos na sua guitarra". Engana-se. Nascida no Porto e formada em Artes, esta menina mulher tem uma das vozes mais incríveis que já ouvi. Grave. Poderosa. Um statement ao qual é impossível ficar indiferente. Juntamente com Eddie, fotógrafo e músico belga abençoado com a gentileza italiana, do pai, e a educação inglesa, da mãe, os Lost Michi formam um interessante colectivo de música, fotografia, vídeo e performance.
Donos de uma humildade e profissionalismo de fazer inveja a muito boa gente, os Lost Michi "enchem" a sala com o seu jogo de vozes (Natália grava apontamentos de voz que vai utilizando, em camadas, na mesma música, criando sonoridades incríveis), percussão, bateria, guitarra e imagem. Self-made band, os Lost Michi criam a sua música e, também, todos os suportes de foto e vídeo, projectando-os nos concertos.
Na próxima quinta-feira, dia 28 de Julho, os Lost Michi actuam no Clube Ferroviário pelas 21H. I'll be there.
Gosto da forma como o Universo equilibra as coisas. Ontem, esfomeada, fui agarrar na marmita do almoço. Tomates recheados com carne picada e uma massinha. Ao abrir a tampa, o cheiro não deixava margem para dúvidas. Confere: o frigorífico lá de casa passou-se de vez. O meu repasto foi metade de um tomate que parecia ok, maçã cozida e um pedaço da tosta da minha amiga. Toma lá que é por causa das tosses. Eis que o Universo intervém: um inesperado convite para jantar transformou-se na descoberta de um restaurante generoso na recarga de baterias de uma pequena moça castigada com tomates azedos. O Cantinho do Bem-Estar (Rua do Norte, nº 46, Bairro Alto) é um restaurante diminuto nos metros quadrados mas gigante nas doses servidas. Comida tradicional portuguesa com um considerável - mas recompensado - tempo de espera para nos sentarmos à mesa com os duzentos Santos Antoninhos que decoram as paredes. Não se deixem enganar pela gula: cada dose dá, à vontadinha, para duas pessoas. Algumas, diria mesmo que alimentam quatro boquinhas esfomeadas. É o caso da Vitela com Molho de Coentros. Para mim, marcharam Pataniscas com um divinal Arroz de Grelos. Apesar de ter dividido a dose e de ter comido como uma pequena besta, obviamente, sobrou. Eu, que não tenho vergonha nenhuma e não gosto de desperdícios, meti as sobras na marmita vazia e triste do almoço de ontem. Vamos ver daqui a pouco se sobreviveu à ausência de refrigeração eléctrica desta noite...bom, o Universo não me há de falhar dois almoços seguidos!
Benidorm: nome masculino, feminino e transgénero. Def. Arranha céus a rasgarem a vista. Pernas ao léu e rabos espampanantes. Já disse muitas pernas? (Inglesas de uma figa...todas elegantes sem celulites e outras coisas que tais). Água quente. Daquela que se abraça sem hesitar num mergulho certeiro. Toalhas que se multiplicam num quase inexistente areal. Promessas de noites calientes na Avenida de Madrid. Calor. E fritos, muitos fritos. E molhos. E toppings. Irritantes toppings em tudo.
Nota do autor: Regressar? Hummm, não me parece. A menos que os ossos se queixem muito quando se reencontrarem com as águas da Arrábida. Ui. Que vai custar muito.
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