29.7.11

Alegria no trabalho

Quando era miúda e ouvia falar em freelancer, achava que era algum tipo de posição de jogador de basebol ou coisa que o valha. Os anos passaram, Andreia cresceu, o seu léxico também e, por oposição, a sapiência desportiva ficou lá no mesmo sítio, atirada para um piso -3 do seu complexo cérebro. Bom, adiante. 

No meu grupo de amigos, conheço apenas três que foram, ou são, trabalhadores independentes. Apenas uma o é "verdadeiramente". Poderia criar todo um post sobre os falsos recibos verdes desta vida mas, por agora, não vamos por aí. A questão é que sempre associei o trabalho independente a algo de solitário, sempre visualizei essa malta corajosa vestida num pijama, enfiadinha em casa todo o santo dia, a simular diálogos entre o garfo e a faca nos incontáveis almoços a solo... Felizmente, alguém nos States lembrou-se de criar o conceito de coworking, disponibilizando o aluguer de um posto de trabalho lado a lado, ou frente a frente, com outros camaradas freelancers
Além deste conceito disponibilizar companhia - mais que não seja para uma pessoa descansar a vista do PC, trocar umas ideias e tal e tal - e todas as funcionalidades essenciais (cafeína, água, internet, telefone, a bela da copa equipada, etc.), oferece algo de valor incalculável: sinergias, networking, esse bem tão necessário e incontornável nos nossos dias. O João é profissional de comunicação e relações públicas e o Pedro até faz coisas giras em web. O João tem um cliente e acha que ele devia apostar num novo site...mas o João só poderá garantir produção e edição de conteúdos. Ao almoço, na copa, dois dedos de conversa e o Pedro concorda em fazer o site e, em troca, o João negoceia uns trabalhos nos media, utilizando o interlocutor Pedro para falar da técnica xpto que usou no projecto w. Claro que este é só um exemplo e sinergias destas também se conseguem de pijama ou, porque não, de babydoll em casa, bastando "apenas" ter a sorte de ter um amigo com as skills procuradas ou uma boa base de dados para começar a contactar empresas que aceitem permutas. E, para isto, certamente, precisamos de (mais) tempo.
Existem já algumas opções de coworking em Lisboa, é certo, mas tenho que destacar aquela que foi a pioneira e aquela que conheço efectivamente: o CoworkLisboa, localizado em pleno pulmão criativo da capital, a LxFactory. Não estou a mentir se disser que a zona, toda ela, é rica em "copys" apelativos, "layers" que apetece desmontar e levar para casa, imagens "high resolution" de qualidade upa upa. Mas não vou falar dos criativos que para aqui andam que isso agora não interessa nada!
O CoworkLisboa é aquele sítio em que apetece estar: boas instalações, óptimo ambiente, luz natural, bela vista (calma lá que agora estou a falar do rio, ponte e prédios de Alcântara!) e uma panóplia de áreas de actividade personificadas por malta que pulsa criatividade e boa disposição. Ele há designers, programadores, tradutores, agentes de castings, promotores musicais, marketeers, guerrilheiros, estafetas de bicla and so on. Além de mesas, agrupadas em ilhas, existem também os micro-estúdios, pensados para pequenas empresas, e localizados numa sala à parte do grande open-space onde, diariamente, os vários coworkers fazem magia, essencialmente, em ambiente Mac. Anexa ao espaço, existe ainda a cafetaria Quarto com Vista, onde é possível comer refeições saudáveis e muito em conta. Em Agosto, há ainda sushi (do bom que eu já provei) garantido!
Abençoado o dia em que Fernando Mendes e Ana Dias pensaram em materializar o conceito de trabalho partilhado num espaço tão bem conseguido que, ainda por cima, está perfeitamente alinhado com o pensamento que, todos os dias, cumprimenta quem entra na fábrica de Alcântara.

 

 

publicado por ARA às 17:04
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25.7.11

Classic

Então Andreia, já sei que foste tia. Parabéns! Qualquer dia és tu a ser mãe...

 

Não me parece.

 

Oh, mas também já deves estar quase a casar, não?

 

Também não. 

 

 

Mulher de 26 anos lamenta destruir as expectativas da vizinhança que a viu crescer. Pois que temos peninha.

publicado por ARA às 11:13
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22.7.11

Untitled

Always leaving, never arriving... giant steps or like a small scared cat... growing up, being a child... getting lost and being found... finding a path that leads to nowhere... wondering where i came from... feeling of freedom, wind and sea... can only find me when i get lost... always leaving, never arriving... [www.lostmichi.com]*

 

Lost Michi podia ser apenas mais uma banda que uns dirão ser indie, outros low-fi ou acústica, outros ainda afirmarão ser, definitivamente, experimental. Eu cá, comum mortal, estou um bocado nas tintas para saber o nome do rótulo que os críticos e pseudo-críticos desta vida atribuem à música que me atropela sem pedir licença. À música que, vai-se lá saber porquê, me invade as entranhas e, de algum modo, altera-me o caminho e a velocidade da circulação, acelerando a pulsação cardíaca. Eu gosto da música que me desrespeita. Aquela que me incomoda. E, essa, não precisa de labels, obrigada.

 

Quem olha para a Natália, na sua figura delicada e rosto doce, poderá pensar: "ah, tão fofinha...deve cantar uns la la las e arranhar uns acordezitos na sua guitarra". Engana-se. Nascida no Porto e formada em Artes, esta menina mulher tem uma das vozes mais incríveis que já ouvi. Grave. Poderosa. Um statement ao qual é impossível ficar indiferente. Juntamente com Eddie, fotógrafo e músico belga abençoado com a gentileza italiana, do pai, e a educação inglesa, da mãe, os Lost Michi formam um interessante colectivo de música, fotografia, vídeo e performance.

 

Donos de uma humildade e profissionalismo de fazer inveja a muito boa gente, os Lost Michi "enchem" a sala com o seu jogo de vozes (Natália grava apontamentos de voz que vai utilizando, em camadas, na mesma música, criando sonoridades incríveis), percussão, bateria, guitarra e imagem. Self-made band, os Lost Michi criam a sua música e, também, todos os suportes de foto e vídeo, projectando-os nos concertos.

 

Na próxima quinta-feira, dia 28 de Julho, os Lost Michi actuam no Clube Ferroviário pelas 21H. I'll be there.

 

* "Michi" é uma palavra japonesa que significa "sentido".
publicado por ARA às 16:25
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20.7.11

Tiraram-me os tomates mas deram-me pataniscas. Nem tudo é mau.

Gosto da forma como o Universo equilibra as coisas. Ontem, esfomeada, fui agarrar na marmita do almoço. Tomates recheados com carne picada e uma massinha. Ao abrir a tampa, o cheiro não deixava margem para dúvidas. Confere: o frigorífico lá de casa passou-se de vez. O meu repasto foi metade de um tomate que parecia ok, maçã cozida e um pedaço da tosta da minha amiga. Toma lá que é por causa das tosses. Eis que o Universo intervém: um inesperado convite para jantar transformou-se na descoberta de um restaurante generoso na recarga de baterias de uma pequena moça castigada com tomates azedos. O Cantinho do Bem-Estar (Rua do Norte, nº 46, Bairro Alto) é um restaurante diminuto nos metros quadrados mas gigante nas doses servidas. Comida tradicional portuguesa com um considerável - mas recompensado - tempo de espera para nos sentarmos à mesa com os duzentos Santos Antoninhos que decoram as paredes. Não se deixem enganar pela gula: cada dose dá, à vontadinha, para duas pessoas. Algumas, diria mesmo que alimentam quatro boquinhas esfomeadas. É o caso da Vitela com Molho de Coentros. Para mim, marcharam Pataniscas com um divinal Arroz de Grelos. Apesar de ter dividido a dose e de ter comido como uma pequena besta, obviamente, sobrou. Eu, que não tenho vergonha nenhuma e não gosto de desperdícios, meti as sobras na marmita vazia e triste do almoço de ontem. Vamos ver daqui a pouco se sobreviveu à ausência de refrigeração eléctrica desta noite...bom, o Universo não me há de falhar dois almoços seguidos!

 

publicado por ARA às 13:14
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19.7.11

Definição de Benidorm

Benidorm: nome masculino, feminino e transgénero. Def. Arranha céus a rasgarem a vista. Pernas ao léu e rabos espampanantes. Já disse muitas pernas? (Inglesas de uma figa...todas elegantes sem celulites e outras coisas que tais). Água quente. Daquela que se abraça sem hesitar num mergulho certeiro. Toalhas que se multiplicam num quase inexistente areal. Promessas de noites calientes na Avenida de Madrid. Calor. E fritos, muitos fritos. E molhos. E toppings. Irritantes toppings em tudo. 

 

Nota do autor: Regressar? Hummm, não me parece. A menos que os ossos se queixem muito quando se reencontrarem com as águas da Arrábida. Ui. Que vai custar muito.

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por ARA às 14:18
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