- Convida-me e fazemos uma ménage atrás.
Foi o primeiro filme que vi de Teresa Villaverde. Parece-me que o último também. A sessão na Casa da Cultura do Barreiro desafiou-me a conhecer o Cisne. Gosto imenso da Beatriz Batarda e, embora não tenha ficado fã da trama, não mudo um ponto na minha opinião: uma actriz irrepreensível em cinema e teatro. Porém, este filme parece-me querer misturar, numa só película, demasiados dramas que - lamento - não me fizeram verter uma lágrima ou sentir apertos no estômago. Um amor que só vive na distância, um filho abandonado pela mãe e tantos outros que o terão sido também, trabalho infantil, pedofilia, morte, lágrimas de sangue, insónia, solidão. Pois. Drama a mais e alguns momentos que não consegui compreender de todo. Fica o talento de Batarda no papel de uma cantora a quem Ana Moura (e tão bem) emprestou a voz para interpretar músicas de Chico Buarque. E fica também o prazer de ter visto, em cinema, locais e rostos do Barreiro, a minha cidade, onde foi gravado grande parte de um filme de contrastes. De um lado Lisboa, o Dona Maria e o Ritz. Do outro, o Barreiro, o barracão junto ao rio e o Clube Naval. Uma actriz consolidada e um ex-morangos com açúcar a deambular entre dois mundos, transportados por um belo automóvel. E o Tejo, tal como o Cisne, sempre muito presente no seu mudo testemunho.
"A tristeza é o sentimento mais fácil de se ter. Mais difícil, é mostrar alegria sem parecer tolo".
Justin Vernon (vocalista de Bon Iver) in Entertainment Weekly.
Adoro trailers de cinema. Agrada-me não ter a mais pequena ideia do que me aguarda quando entro na sala escura. Nutro uma grande admiração pelos tipos que conseguem condensar, em dois minutos e pouco, noventa e tantos de risos, nervos, baba ou ranho [nota: eu tenho muita dificuldade em resumir coisas boas; reformulo: eu tenho muita dificuldade em resumir]. Admiro-os porque são mestres do coup de foudre. Admiro-os, ainda mais, quando o filme se revela uma grande merda [há que reconhecer a mestria em maximizar o poucochinho]. Espero que estes não me deixem ficar mal.
And she only reveals what she wants you to see She hides like a child, But she's always a woman to me (...) Oh and she never gives out And she never gives in She just changes her mind
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