6.8.11

Post sobre a cegueira

A tarde de hoje pediu sofá e eu fiz a vontade. Depois de uma semana bastante preenchida, precisei de tirar algum tempo para mim. A TVI, amiga dos vegetas freelancers de fim-de-semana (que a minha ligação com o maple lá de casa não é contratual), passou um filme que já tinha visto no cinema. Na altura, e dadas as circunstâncias, aquilo deu-me muito que pensar. Hoje também. Apesar de meter a "sempre igual a si mesma" Jennifer Aniston e o aborrecido Ben Affleck, He's just Not that into you é daqueles filmes com o qual é impossível não nos identificarmos. E, numa tarde de introspecção, o que uma pessoa precisa é disso mesmo: identificação. O início do filme é muito feliz ao caricaturizar aquilo que as miúdas começam a ouvir, desde cedo, quando são gozadas, maltratadas, rejeitadas ou desprezadas por qualquer fedelho: "oh querida, será que não percebes? o menino ranhoso e fedorento só te fez isso [e, aqui, escolher qualquer das acções atrás enunciadas] porque gosta de ti! não vês isso? ele age desta maneira porque tem sentimentos com os quais não sabe lidar!". E, pronto, a partir daqui, é sempre a descambar. Entre o jardim de infância e a idade adulta, quem nunca disse isto, a si mesmo ou a outra pessoa, quem nunca ouviu isto da melhor amiga ou da mãe, quem nunca fez este exercício de atirar baldes de areia para os olhos...que levante o dedo já! Pois. Bem me parecia. Ora, aos cinco anos, não me parece grave que se digam e oiçam atrocidades destas. Aos 15, vá, tolera-se. Mas a partir dos 20 e muitos...a coisa torna-se dramática. "Será que perdeu o meu número? Terá ficado sem saldo? Será que há falha na rede? Terá sido abduzido por homenzinhos verdes?" São tantas, e tão absurdas, as hipóteses inventariadas, são tantos os "sinais" revisitados para refutar a improvável justificação do mais absoluto desinteresse, que nos vamos cegando à grande. E ali estamos nós, na versão da rapariga solteira que anseia por um segundo encontro, do tipo frio que não se deixa caçar, da estável que reclama casamento apesar de uma união de facto feliz, da esposa traída pelo marido que se envolve com uma mulher fogosa que não sabe estar sozinha, do tótó que espera por esta, usado para companhia de S.O.S, ou da sonhadora que apenas vive online. Em algum deles, em algum diálogo, em alguma ferida, está ali um pouco de nós, seres pensantes com notável capacidade para fazer merda. On and on.

 

Girls are taught a lot of stuff growing up. If a guy punches you he likes you. Never try to trim your own bangs and someday you will meet a wonderful guy and get your very own happy ending. Every movie we see, Every story we're told implores us to wait for it, the third act twist, the unexpected declaration of love, the exception to the rule. But sometimes we're so focused on finding our happy ending we don't learn how to read the signs. How to tell from the ones who want us and the ones who don't, the ones who will stay and the ones who will leave. And maybe a happy ending doesn't include a guy, maybe... it's you, on your own, picking up the pieces and starting over, freeing yourself up for something better in the future. Maybe the happy ending is... just... moving on. Or maybe the happy ending is this, knowing after all the unreturned phone calls, broken-hearts, through the blunders and misread signals, through all the pain and embarrassment you never gave up hope.

 

I may dissect each little thing and put myself out there so much but at least that means that I still care. I may do a lot of stupid shit but I'm still a lot closer to love than you are. 

 

publicado por ARA às 23:36
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