Tal como quem resolve parar de fumar, de beber ou de se drogar. Tal como quem decide emagrecer. Ou, talvez, engordar. A mudança inicia.
Avança.
(eventualmente p á r a)
Recomeça.
Concretiza-se. Quando verdadeiramente queremos. Quando chega o momento. O NOSSO. Não aquele que o melhor amigo acha que deve ser. Muito menos aquele que a família entende por bem atribuir, com um deadline sonoro asfixiado em luzes néon. "Muda". "Faz alguma coisa". Porque é suposto. Porque é natural.
Há vários meses atrás, celebrei a mudança. Depois de sofrer e muito preocupar. Depois da ansiedade. Do orgulho. Então, celebrámos todos de copo de tinto na mão. Senti-me leve e livre para a demanda do Santo Graal, para a felicidade prometida. Tudo o que viesse de novo, de diferente, seria encarado como experiência temporária, secundária, e nada mais do que isso. Ouvi e li muitos nãos. Fiquei sem demasiadas respostas. Oscilei entre o abismo e o cume da montanha num verdadeiro ascensor hormonal barra emocional. Desgaste. Euforia. E lá ia eu munida de passe de livre trânsito. Sempre atrás d'Aquilo.
Há dias o Aquilo encontrou-me. Eu, convencida de que estava perante o meu grand finale, só precisei de uma semana (talvez nem tanto) para perceber que não era Aquilo que queria. Nunca quis. Foi então que percebi que a mudança celebrada, há meses, entre gargalhadas fermentadas, era apenas e tão só o início de uma viragem bem maior.
Desconheço o que o futuro me reserva. Prefiro assim. Mas, hoje, posso dizer, segura e tranquila: não tem nada a ver com aquilo. Hoje, sem receios ou culpas, assumo: é isto. Sempre foi. E, assim, lá se perde o medo de mudar de "carreira". Viagens há muitas. E todas perfeitamente válidas. A minha, está só a começar.
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